O câncer de pênis é um tumor raro que pode surgir no órgão ou apenas na pele que o cobre, provocando mudanças na cor e textura da pele, assim como surgimento de nódulos ou feridas que demoram muito tempo para desaparecer.
Este tipo de câncer é mais frequente em idosos com mais de 60 anos, mas também pode acontecer em jovens, especialmente em homens fumantes, que façam má higiene da região íntima ou que tenham contato íntimo sem camisinha, por exemplo.
O câncer de pênis tem cura, no entanto pode ser necessária cirurgia para remover os tecidos afetados e, por isso, quanto maior for o tumor ou quanto mais tarde for identificado, maiores são as chances de precisar retirar um pedaço maior do pênis.

O câncer de pênis é evitável, já que suas principais causas são a falta de higiene e a fimose e, pior, 90% dos casos atendidos no A.C.Camargo Cancer Center se apresentam em estágio avançado, quando a amputação do órgão é praticamente inevitável. As primeiras alterações que levam ao câncer de pênis são perceptíveis e, aparentemente, muitos homens ou não dão atenção ou têm vergonha de procurar o médico. No início, o câncer de pênis se apresenta na forma de células malignas concentradas nas camadas superficiais do pênis, principalmente na glande, a cabeça do pênis, e a lesão costuma ser indolor ou pouco dolorosa. Com o passar do tempo, o tumor se espalha pelo interior do órgão e atinge os gânglios linfáticos da virilha e abdome.
Há vários tipos de câncer de pênis, dependendo das células em que ele tem origem. A maioria, porém, tem origem nas células da pele chamadas de células escamosas, que representam 95% dos casos desse tipo de câncer. A maior parte dos casos de câncer de pênis das células escamosas tem início no prepúcio, em homens que não foram circuncidados, ou na glande. É um câncer de desenvolvimento lento, que, diagnosticado precocemente, tem grandes chances de cura.
Uma variante rara do câncer de células escamosas é o carcinoma verrucoso, também chamado de tumor de Buschke-Lowenstein, que pode aparecer em várias áreas da pele e se assemelha a uma grande verruga genital. Ele também tende a ter desenvolvimento lento, mas pode crescer bastante e se infiltrar profundamente em tecidos próximos.
O primeiro estágio do câncer de células escamosas é chamado de carcinoma in situ, quando as células cancerosas são encontradas apenas nas camadas mais superficiais da pele. Quando ele se encontra na glande, é chamado de eritroplasia de Queyrat e, quando surge no corpo do pênis ou em outras áreas dos genitais, também é chamado de doença de Bowen.
Diagnóstico do câncer de Pênis
A suspeita de câncer de pênis é confirmada ou descartada por meio de biópsia, que também vai identificar com precisão de que tipo de câncer se trata. O tipo de biópsia vai depender do tamanho e da localização da lesão. Quando as lesões são maiores, ulceradas ou há suspeita de que o tumor invadiu mais profundamente o tecido, a opção é a biópsia incisional, que pode ser feita em ambulatório ou consultório com anestesia local.
A biópsia excisional, que remove todo o tumor, é mais usada em lesões pequenas. Quando a lesão está no prepúcio, recomenda-se a circuncisão.
A biópsia por aspiração por agulha fina (BAAF) costuma ser usada quando há suspeita de que o câncer atingiu os gânglios linfáticos próximos.
Exames por imagem como raios X, ultrassonografia, tomografia, ressonância magnética, tomografia por emissão de pósitrons (PET-CT) também podem ser pedidos para verificar se o tumor atingiu outros órgãos ou para acompanhar o tratamento.
ESTADIAMENTO
O estadiamento é uma forma de classificar a extensão do tumor e se, ou quanto, ele afetou os gânglios linfáticos ou outros órgãos.
Estágio 0: o câncer não atingiu o tecido abaixo das camadas superficiais da pele e não alcançou gânglios linfáticos ou áreas distantes.
Estágio 1: o câncer atingiu o tecido logo abaixo das camadas superficiais da pele, mas não atingiu vasos sanguíneos ou linfáticos, nem gânglios linfáticos ou áreas distantes.
Estágio 2: o câncer atingiu o tecido logo abaixo das camadas superficiais da pele e OU é de alto grau OU atingiu vasos sanguíneos ou linfáticos, mas não alcançou gânglios linfáticos ou áreas distantes; OU o câncer atingiu o corpo esponjoso ou corpo cavernoso, mas não alcançou gânglios linfáticos ou áreas distantes; OU o câncer atingiu a uretra, mas não alcançou gânglios linfáticos ou áreas distantes.
Estágio 3A: o câncer atingiu o tecido abaixo das camadas superficiais da pele e pode ter alcançado o corpo esponjoso ou a uretra. O câncer atingiu um único gânglio linfático da virilha, mas não se disseminou para órgãos distantes.
Estágio 3B: o câncer se desenvolveu nos tecidos do pênis e pode ter alcançado o corpo esponjoso, o corpo cavernoso ou a uretra e alcançou dois ou mais gânglios linfáticos da virilha, mas não se disseminou para órgãos distantes.
Estágio 4: o câncer atingiu os gânglios linfáticos da pelve OU o câncer que atingiu os gânglios linfáticos da virilha alcançou a camada externa desses gânglios e os tecidos próximos, mas não se disseminou para órgãos distantes OU o câncer atingiu a próstata ou outras estruturas próximas e pode ou não ter alcançado os gânglios linfáticos da virilha, mas não se disseminou para órgãos distantes OU se disseminou para órgãos distantes.
Principais sintomas

Para identificar o câncer de pênis é muito importante estar atento a sintomas como:
- Aparecimento de ferida avermelhada que não cicatriza;
- Nódulo no pênis, na glande ou no prepúcio;
- Pele do pênis mais espessa ou com alterações na cor;
- Corrimento com mau cheiro que sai pela uretra;
- Sangramento pelo pênis;
- Inchaço da extremidade do pênis;
- Dor e inchaço nas ínguas da virilha.
Alguns destes sintomas, principalmente a ferida que surge no pênis e que não cicatriza, pode ser indicativo de outras doenças, como herpes, sífilis ou doenças autoimune, por exemplo. Por isso, o melhor é consultar um urologista para fazer os exames de diagnóstico necessários, confirmar a causa e iniciar o tratamento adequado. Conheça outras causas de doença no pênis.
Como é feito o tratamento
O tratamento deve ser orientado por um oncologista ou um urologista e, normalmente, é iniciado com cirurgia para remover o máximo de tecido afetado, sendo depois complementado com quimioterapia ou radioterapia para eliminar as células tumorais restantes.
Dependendo do tamanho e grau de desenvolvimento do câncer, o homem pode ficar com complicações após a cirurgia, como disfunção erétil, pois quanto mais tecido for necessário retirar, maior é o risco de afetar os músculos necessário para a ereção do pênis. No entanto, nestes casos, o médico pode recomendar o uso de uma prótese peniana que permite que o homem tenha e mantenha uma ereção durante o contato íntimo.
Já nos casos mais graves, quando o tumor se encontra numa fase muito evoluída, o médico pode recomendar a emasculação, que consiste na retirada total de todo o órgão sexual e testículos. Para estes casos, está a ser desenvolvida uma nova técnica para fazer o transplante de pênis, de forma a devolver toda a função sexual.
Como funciona o transplante de pênis
Este tipo de tratamento está sendo estudado como uma forma de restaurar a capacidade urinária e sexual de pacientes que precisaram remover todo o pênis durante o tratamento de câncer. Esta cirurgia ainda não está disponível e durante os testes, que já foram feitos, foram precisas cerca de 15 horas para ligar todos os vasos sanguíneos e nervos.
O órgão transplantado deve ser de um dador com características estruturais semelhantes para diminuir o risco de infecções, hemorragia e rejeição. No entanto, ainda não é possível prever o sucesso do transplante no tratamento da disfunção erétil, o que pode afetar negativamente a saúde psicológica do paciente.
Como evitar o surgimento do câncer

Para evitar o câncer de pênis é importante ter alguns cuidados como fazer a higiene diária do pênis, especialmente debaixo do prepúcio, utilizar camisinha durante o contato íntimo e não fumar.
Embora não haja uma causa específica para o desenvolvimento de câncer no pênis, estes cuidados ajudam a evitar alguns fatores de risco, como má higiene ou infecção por HPV, por exemplo.
6 informações sobre câncer de pênis que você precisa saber
E uma delas é que água e sabonete são muito importantes para combater a doença
Grande parte dos pacientes atendidos com câncer de pênis no A.C.Camargo Cancer Center chega com o tumor em estágio avançado, quando a amputação do órgão é quase inevitável. Porém, como esta não é uma doença silenciosa e o seu desenvolvimento costuma ser lento, a amputação poderia ser evitada se o paciente procurasse um médico ao notar os primeiros sintomas.
Dr. Stenio Zequi, head do Centro de Referência de Tumores Urológicos, explica as principais informações que todo homem precisa saber sobre a doença.
Sinais e sintomas que podem indicar a doença
- Mudanças na pele, com área que fica mais grossa, alteração da cor, nódulo, ferida que sangra ou não cicatriza, erupção cutânea vermelha sob o prepúcio, pequenas feridas escamosas, crescimento de manchas marrom-azuladas planas, fluido malcheiroso ou sangramento sob o prepúcio.
- Inchaço na cabeça do pênis.
- Nódulos na virilha (quando o tumor alcança os gânglios linfáticos).
Condições inadequadas de higiene

Uma das causas da doença é a falta de acesso adequado à higiene íntima, decorrentes de baixas condições socioeconômicas e de instrução. Fazer a limpeza diária do pênis com água e sabonete é importante para evitar o acúmulo de secreções, que podem causar a proliferação de bactérias e infecções.
Fimose
Ao fazer a higiene íntima, é importante expor a glande (cabeça do pênis) para fazer a limpeza adequada. A fimose (excesso de pele que recobre a cabeça do pênis) não permite que a glande seja exposta e, dessa forma, a higienização do órgão fica prejudicada.
HPV e câncer de pênis
O papilomavírus humano (HPV), transmitido por meio de relações sexuais desprotegidas, é uma das causas da doença, além de também ser responsável por tumores no útero e ânus, por exemplo. Antecedentes de doenças sexualmente transmissíveis, como Aids, também aumentam o risco de câncer de pênis. Por isso, é importante utilizar preservativo, inclusive durante a prática de sexo oral.
Fumo é fator de risco para a doença
Fumar é um fator de risco para câncer de pênis. Se o fumante for portador do HPV, o risco é ainda maior.
A detecção precoce evita a amputação
Sempre que possível, são utilizadas técnicas que evitam a amputação do pênis, a fim de manter a função sexual, a aparência e a capacidade de urinar de pé. Porém, se o tumor é grande ou se encontra em estágio avançado, parte do pênis ou todo ele será retirado. Ou seja, com a detecção precoce da doença, são menores as possibilidades de amputação.
AIDS
Portadores do HIV correm maior risco de ter câncer de pênis, o que parece estar associado à sua baixa imunidade.
Sexo com animais
Estudo inédito liderado pelo A.C.Camargo Cancer Center, e publicado em 2011 no Journal of Sexual Medicine, relaciona a prática de sexo com animais como fator de risco isolado importante para o desenvolvimento de câncer de pênis. O estudo envolveu 492 homens que vivem em zonas rurais brasileiras (171 com câncer de pênis e 374 sadios) e identificou que 3 a 4 entre 10 pessoas dessas regiões tiveram uma ou mais relações com animais. Como fator isolado, o sexo com animais dobra o risco de desenvolver câncer de pênis. Uma das prováveis explicações para tal associação é o fato de que a mucosa genital do animal, mais “dura” que a humana, pode provocar microtraumas na mucosa do homem e colaborar com o desenvolvimento do câncer. Outra hipótese é a existência de elementos tóxicos na secreção animal ou de microrganismos capazes de infectar o ser humano.
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