Tem uma nova rede social bombando e está todo mundo curioso para experimentar, incluindo Elon Musk, executivo-chefe da SpaceX e Tesla. Ela se chama Clubhouse.
Por enquanto, está acessível somente com convite para iPhone, o que gera um ambiente de escassez e aumenta o interesse natural das pessoas pela exclusividade.
Você pode não conhecer, mas no maravilhoso mundo das startups, ela já vale US$ 1 bilhão.
Como funciona
Tem gente dizendo que é tipo um Twitter de voz, mas não tem nada a ver. Sabe quando você descobre uma fruta nova no Nordeste, como pitomba, e alguém tenta explicar o gosto dizendo que é um maracujá misturado com ameixa? Então, para o nativo da região, pitomba tem gosto de pitomba.
Então, esqueça quando alguém diz que é um Twitter de voz ou um WhatsApp misturado com Zoom sem o vídeo.
Funciona assim: você abre um grupo e convida alguém para falar com você. O microfone fica aberto, como se fosse uma ligação de voz. Não é preciso apertar nada para falar.
Caso deseje, você pode permitir que outras pessoas entrem e você controla quem pode falar ou não. Desta forma, pode montar um grupo onde apenas você fala e todos escutam, como se fosse o carrinho da pamonha. Pode ser você e mais uma pessoa falando e outras ouvindo, como um podcast. Pode ser você e mais cinco pessoas falando como o bebedouro da escola ou a mesinha do café na firma. Enfim, vocês me entenderam: o moderador do grupo define quem fala e quem escuta, simples assim..
Apesar de usar mecanismos bem antigos como grupo e voz pela internet, a rede é nova porque vai no caminho oposto das outras. Enquanto Twitter, Facebook, WhatsApp, LinkedIn, TikTok e Instagram são assíncronos, o Clubhouse é totalmente síncrono.
Isso quer dizer que se você não estiver na sala enquanto alguém fala alguma coisa, perdeu. Não terá como escutar depois. Não é como um podcast, que você dá play, stop, volta para escutar de novo; é como uma rádio de antigamente.
Para que serve?
Teremos que esperar para ver se a rede vai pegar de verdade ou se será apenas uma paixão passageira. Mas é interessante pensar em possíveis tipos de uso.
Um padre poderia usar a rede para que, durante a pandemia, todos escutassem o sermão sem ir à igreja.
Amigos ou parceiros que curtem usar o Netflix Party para ver filmes juntos agora podem usar a Clubhouse para ver qualquer coisa juntos, de vídeos no YouTube ao BBB na televisão.
Alunos em casa poderiam montar uma sala paralela para conversar durante a aula remota, sem o professor ficar sabendo —se o microfone do Zoom estiver desligado, claro. “O que ela falou mesmo? Alguém entendeu isso que ela falou? Nossa, como essa aula está chata!”
Também pode ser ótimo para o trabalho a distância. Imagine você 100% do tempo conectado com as pessoas que “sentam ao seu lado”. Como uma mesa de trabalho virtual. Se você soltar um pum, a pessoa vai escutar? Vai, como era antes da pandemia, ao vivo e a cores. Mas também pode aproximar as pessoas e trazer de volta uma convivência que perdemos quando todos estão no trabalho remoto.
Claro, tudo isso já poderia ser feito antes, mas a facilidade e usabilidade da ferramenta muda tudo. Vimos isso acontecer muitas vezes. O Nokia N95 fazia tudo o que o iPhone fazia e um pouco mais. Mas foi o iPhone que transformou o mundo fazendo surgir esse universo digital que conhecemos hoje.
Como eu disse, agora é esperar para ver se a rede vai ganhar tração e se manter forte, até porque o sucesso irá levar Twitter, WhatsApp e outras redes a criarem funções semelhantes, assim como aconteceu com o Snapchat e a explosão dos Stories.
Se você tem iPhone e quer experimentar, não precisa ficar pedindo convite. Instale o aplicativo e espere algum amigo seu que esteja dentro da rede dar a permissão para você entrar. A rede está tão na moda que isso não deve demorar para acontecer.
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