É inevitável, chega uma hora na vida do homem que ele tem que colocar um terno, uma peça clássica entre roupas de alfaiataria masculina. Enquanto alguns acabam fazendo dele um uniforme, outros o reservam apenas para eventos especiais.
A grande questão é que a maioria dos caras acaba encontrando uma certa dificuldade na hora de combinar as cores ou cometem pequenos erros que, com algumas dicas super práticas, podem salvá-los de vários inconvenientes.
Você provavelmente já ouviu esse termo antes. Aliás, a gente curte indicar umas peças de alfaiataria: calça, bermuda, camisa, enfim. Não importa! A gente sempre fala sobre isso e notamos que frequentemente vocês ficam com dúvidas sobre o assunto. Por isso resolvemos explicar: o que raios é alfaiataria masculina?
Resumidamente, ela surgiu de um protótipo de três peças usado pelo rei britânico Charles II no século 15 e, hoje, se estende até a arara das varejistas de moda popular e das lojas virtuais
O que é alfaiataria
Alfaiataria nada mais é do que um corte que passou por várias mudanças que acompanham o homem e os fatos históricos que assolaram o mundo ao longo dos últimos 5 séculos. Do uso do tweed escocês à lã de vicunha, o método de confecção mais elegante tem como base a qualidade da matéria prima, cortada com precisão e cuidado a partir de medidas exatas que valorizam as proporções de quem as veste.
Ou seja: alfaiataria masculina é um corte feito em tecidos de qualidade que caem como uma luva no corpo de quem usa. Uma roupa feita sob medida.
A origem da alfaiataria
Alfaiate é uma palavra que vem do árabe, al-ẖayyât, e significa costureiro. Surgiu na Idade Média, entre os séculos XII e XIV.
Alfaiataria era o nome dado às oficinas onde eram feitos ternos, calças, casacos e blazer exclusivamente masculinos. Roupas feitas manualmente, com medidas tiradas direto no corpo do cliente, de caráter exclusivo.
Na década de quarenta o uso de peças de alfaiataria pelas mulheres ganhou força no pós guerra. Isto porque, com a crise, as mulheres não tinham dinheiro para comprar muito tecido. As peças de alfaiataria são de corte mais reto e gastam menos tecido.
Os ternos viraram Tailleur e passaram a fazer parte também do guarda-roupa feminino. Nos anos 40, Marlene Dietrich eternizou o terninho com calça comprida bem cortado e ajustado com pences na linha da cintura. Um escândalo para a época porque mulheres não usavam calça comprida a não ser que fossem cavalgar.
Aliás, só por curiosidade, o filme Expresso de Shangai e Desejo com Marlene Dietrich fez brotar de norte a sul o nome Marlene no Brasil. Muitas mulheres como eu, com mais de 50 anos, receberam o nome Marlene. É um nome que se popularizou na década de 60, embora o filme seja dos anos 30. Naquele tempo os filmes ficavam circulando por décadas. Diferente de hoje que um filme é lançado, enaltecido e esquecido no mesmo ano.
Caso você ainda não tenha entendido, tudo pode levar o rótulo de alfaiataria: desde sapatos até armações de óculos. O que importa, no caso, é o material usado e o caimento da peça final no corpo do cliente.
Os óculos de receituário, por exemplo, foram os pioneiros na área. A primeira armação da história data de 1270 na Alemanha, e tinha estrutura de ferro e cavidades circulares. Depois de estudos das proporções da face e evolução dos ligamentos, eles chegaram ao grande público.
A gravata também tem uma história interessante! No século 15, os franceses começaram a reparar nos pedaços de tecido amarrados nos pescoços dos soldados croatas e, então, copiaram a moda e criaram a gravata.
O terno como conhecemos hoje é uma mistura de colete, calça e camisa, e surgiu no século 17 pelas mãos dos alfaiates do Rei Luís 14. Ele basicamente foi criado para modelar o corpo e, ao mesmo tempo, proteger os homens do frio.
A criação das abotoaduras aconteceu no século 17, quando o rei inglês Carlos II decidiu prender o punho da camisa com um botão, abolindo a corda que comumente tinha esse objetivo. Depois disso, toda a corte passou a usar o acessório e ele virou símbolo de uma classe social elevada.
Tipos de alfaiataria
Há várias linhas de alfaiataria. A alfaiataria francesa (a mais antiga), a alfaiataria alemã (marcada pelos uniformes militares impecáveis) a alfaiataria italiana (a mais elegante) e a alfaiataria inglesa (a mais tradicional).
Alfaiates de renome como Monsieur Guilson (França, anos 50 e 60), Hugo Boss (Alemanha, anos 50), Paul Smith (Inglaterra, anos 60 e 70) e Ermenegildo Zegna e Giorgio Armani (Itália 60 e 70) abrilhantaram a alfaiataria e a tornaram peças que iam além do uniforme ou traje executivo. Tornaram a alfaiataria parte da alta costura. Deram a alfaiataria o glamour que ainda hoje possui.
Muitos estilistas como, Yves Saint Laurent, Jean Paul Gaultier e Alexandre Mcqueen e marcas como Just Cavalli, Gucci, e Carven colocaram na passarela da alta costura feminina peças de alfaiataria feitas com tecidos de luxo. Algumas bordadas com requinte.
O acabamento na alfaiataria
O acabamento de uma peça de alfaiataria masculina deve ser invisível (a maioria das peças são forradas ou com acabamento interno com viés). A queda de ombro (altura da cava maior nas costas) comum na modelagem masculina também é usada na modelagem feminina.
Os casacos, blazer e paletós são entretelados e possuem ombreiras para deixar o ombro mais reto. A manga dos casacos, blazer e paletós é, na maioria das vezes, de duas folhas para dar formato a curva do braço perto do cotovelo. As calças de alfaiataria não são justas demais e nem muito largas. Possuem corte mais reto.
O clássico é o determinante de uma peça de alfaiataria, embora há variáveis que foram sendo criadas por grandes estilistas no decorrer do tempo. Pode-se brincar com a alfaiataria, mas não destruí-la. A estrutura das peças e o corte reto prevalece.
Tecido usados na alfaiataria
Os tecidos usados em alfaiataria masculina são mais secos. Possuem um caimento mais reto, liso e firme. São tecidos de alfaiataria as lãs frias, linho, crepe alfaiataria, gabardine, jacquard, zibeline, tweed, cashmere, microfibra two way, oxford, entre outros.
Entre estes tecidos há os mais nobres, de primeira linha, e os de segunda ou terceira linha. Depende da quantidade de fios usada para fabricar o tecido. Além de tudo existe as falsificações. Precisa ter cuidado ao comprar. Há muito “gato sendo vendido por lebre” por aí. Mas é claro, tudo depende do custo x benefício.
Se é para vender barato, o tecido não pode ser caro. Mas uma peça barata ou cara precisa ser bem feita. Quem compra um terno ou blazer quer levar para casa uma peça bem costurada, bem assentada ao corpo e que dure bastante. Uma roupa de alfaiataria masculina não é feita para ser descartável.
Lembrem-se que a escolha de tecidos de qualidade, a modelagem e o capricho na finalização da peça determinam a beleza de uma peça de alfaiataria.
Entendendo as roupas de alfaiataria masculina
Você sabe a diferença entre um terno e um costume? Em alfaiataria tradicional, um terno é composto por três peças: calça, paletó e colete. Já o costume, no entanto, compreende apenas duas peças, o paletó e a calça.
Mas você pode estar se perguntando: e qual a diferença entre um paletó e um blazer?
O paletó compõe um conjunto de peças que, como já explicado, fazem parte de um único visual. Portanto tende a ter a mesma padronagem de estampas e tecido de seus companheiros, seja a calça ou o colete.
Já o blazer é uma peça distinta das demais e não necessita a companhia das peças citadas anteriormente, com os vários tipos de blazer podendo acompanhar peças mais casuais como camisetas e até calças jeans.
Qual a diferença de terno e smoking?
Ainda, é importante ressaltar outro traje que comumente gera confusão entre as roupas de alfaiataria masculina, o smoking.
Também conhecido como black tie, o smoking difere do terno apenas nos detalhes. Além da calça, ele é sempre acompanhado de gravata borboleta e a lapela (a aba do paletó) é de cetim de seda.
Meus caros, evitem as abas de poliéster! Normalmente, os tipos de smoking masculinos são usados na cor preta e é a aposta certa das celebridades em premiações e red carpets.
Gravata: o item da discórdia
Item-chefe da dor-de-cabeça entre as roupas de alfaiataria masculina, a gravata costuma causar muita preocupação, mas a verdade é que não precisa.
Com exceção da camisa preta, que comporta tons de gravata mais claros, ela deve ser sempre mais escura que a cor da camisa. As demais cores ficam bem-postas com tons em escalas inferiores.
A padronagem da estampa varia conforme o gosto, mas prefira as estampas menores, mais discretas e em jacquard (estampas feitas com os próprios fios, durante a tecelagem).
Sapato esporte fino masculino
Por fim, e não menos importante, os sapatos e os cintos completam o visual das roupas de alfaiataria masculina. Devido à grande oferta de modelos, é aqui onde muitos caras acabam errando no look esporte fino.
O modelo de calçado mais adequado para acompanhar ternos e smokings é o oxford, com solado de couro e cadarço.
Além dele, para quem não gosta de cadarços, há o monk, modelo comum, encontrado com alça de couro e fivela de metal.
Para momentos mais informais ou mais quentes uma boa opção é o loafer, já que não possui cadarço nem fivela.
Os cintos devem sempre ser da mesma cor que os sapatos, mais finos e com fivela discreta.
Por fim, lembre-se de que a modelagem de todas as peças das roupas de alfaiataria masculina deve ser precisa, não há nada mais desleixado que um terno muito comprido ou muito largo.
A barra da calça de alfaiataria masculina deve ser altura do calcanhar e o ombro do blazer ou paletó exatamente do tamanho do seu.
São pontos importantes, além, é claro, de atentar-se para que as peças estejam sempre limpas e o menos amassadas possível.
Com tudo explicado, esperamos que você não tenha mais dificuldades ou faça confusão na hora de encontrar suas roupas de alfaiataria!
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As mudanças na alfaiataria masculina
A grife que permitiu que “homens comuns” alcançassem a alfaiataria foi a Burton’s, no início do século 20. E, aliás, caso você não saiba, terno é o nome que se dá ao conjunto completo de roupa social. A combinação do terno sem o colete é chamada de costume, ou business suit, e ela começou a ser adotada no fim do século 20, quando os aquecedores centrais das casas e dos escritórios se modernizaram.
Os sapatos de alfaiataria também sofreram mudanças. Agricultores irlandeses e escoceses, por exemplo, nem imaginavam que, no século 16, ao furarem sapatos com propósito decorativo criariam um ícone. O sapato de alfaiataria mais popular e consagrado é o sapato brogue, favorito do príncipe de Gales, Eduardo, que adotou o acessório nos anos 1920 e o popularizou no mundo todo.
Pronto, agora você com certeza não vai mais ficar perdido quando alguém falar de “corte de alfaiataria” com você!
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