O dia mundial do rock é hoje! Não se ligou? Talvez pelo fato do gênero estar em baixa no grande público nos últimos anos, meio rendidos a certos padrões que se encontram no pop, no R&B moderno, e até no próprio rock moderno… Bem, críticas à parte, o fato é que nosso dia de celebrar um dos estilos mais intensos e contestadores do último século está aí, e sempre é uma boa oportunidade para relembrar bons momentos.
E se tem uma coisa que combina com barbas é o rock, jovem. Isso é tão verdade que temos artistas que fazem delas sua marca registrada, como também inspiram até hoje algumas subculturas relacionadas aos pelos faciais.
Celebrando o dia mundial do rock através das décadas
Mas não vamos falar só dos rockeiros barbudos hoje. É um dia para mostrar o quanto o rock influenciou e de alguma forma influencia até hoje, embora seja de forma sutilmente diferentes. E qual a melhor forma de fazer isso senão através de uma linha cronológica? Para não ficarmos com aquele estilo meio historiador, vamos dar alguns exemplos mais práticos.
Década de 1940/1950
Foi mais ou menos aqui que tudo começou. De uma versão mais intensa do blues e jazz americano até um estilo consolidado e desafiador dos pais de família, mais ortodoxos, o rock começou seu caminho aqui exatamente na década em que as coisas eram um pouco mais puxadas para a rebeldia. E não, não vamos citar nem os Beatles nem o Elvis Presley: você já os conhece, e ainda não está na hora de falarmos dos garotos de Liverpool. Não ainda.
Aqui, vamos ficar em alguns exemplos que talvez você não conheça:
Buddy Holly
Essa banda, assim como algumas outras que vieram nesta época lá nos EUA, tinham um som mais “dançante”, vamos dizer assim. Inspirados diretamente em caras como Presley e os próprios Beatles, o Buddy Holly eram tanto uns caras comportados, como incentivaram estilos um pouco fora do tradicional na época.
Infelizmente, sua carreira durou bem pouco: com 1 ano e meio de fama, toda a banda morreu em um acidente de avião, junto aos cantores J.P Richardson e Ritchie Valens, o cara do “La Bamba”. Uma pequena homenagem foi feita a eles no filme The Wonders – o Sonho não acabou, e no clipe da música “Buddy Holly”, do Weezer.
Jerry Lee Lewis
Enquanto guitarras, baixos e baterias passaram a fazer parte de praticamente todas as bandas que começaram do meio para o final daquela década, Jerry Lee Lewiis ficou bem conhecido por seus solos e melodias num tradicional piano de corda.
E esse sim foi um cara que foi do extremo ao comportado em vários pontos na carreira, igual outros de seus contemporâneos faria depois. E acredito que tenha sido o único que tenha feito isso dentro do rock, já que, de cabeça, só me vem o Elton Jhon quando se trata de voz e piano…
Chuck Berry
Nunca, nunca deixe os clássicos de lado em suas playlists, jovem! Chuck Berry é um cara que antecede o próprio rock. Foi ele, junto a outros de sua época, que lançou as bases para que Elvis e outros artistas começassem a popularizar o gênero.
Na verdade, eles, em sua época, eram considerados os verdadeiros rebeldes, e sua música considerada subversiva, até que realmente se estabelecesse como um estilo respeitado. Na verdade, toda novidade é tratada assim, não é? Quanto ao Chuck Berry, não fique apenas no Jhonny be Good. o que não falta são boas canções em seu vozeirão.
Década de 1960
Aqui foi a época não apenas do “paz e amor” e toda aquela política mais amistosa entre os jovens, como a década em que o rock realmente deixou o comportamento mais comedido de lado, trocando os óculos e os ternos por visuais mais espalhafatosos, e por fim botando a barba de vez no rosto. Foi nessa década também que o rock se dissociou totalmente de suas raízes do blues e do jazz, buscando outras fontes de inspiração, e meio que dando um bom motivo para existir o dia mundial do rock.
Beatles
Tá certo, não iríamos falar dos beatles, mas aqui eles ganharam uma dose especial de atenção por dois motivos: enquanto a primeira metade vimos os ingleses mais comedidos e “bonitinhos”, na segunda metade até meados dos anos 70 os caras decidiram explorar tudo o que era possível em sua criatividade musical. Sargent Pepper Lonely Hearts Club Band, de 1967, foi um dos melhores exemplos disso.
Ah, e quase todos eles adotaram barbas que até condizem com seus estados de espírito na época. Dá só uma olhada no que escrevemos a respeito disso.
Jimmy Hendrix
O movimento hippie foi um dos principais marcos culturais dessa época, e talvez o auge da chamada geração “baby boomer”. Poderíamos fazer todo um artigo falando deles, citando a Janis Joplin, o Jefferson Airplane e outros tantos que marcaram a época, mas vamos focar apenas no bigodinho canhoto que foi um dos pioneiros nesse negócio de causar de uma maneira foda com a guitarra.
Jimmy Hendrix foi um músico brilhante para sua época e uma referência até hoje para músicos que buscam essa genialidade. E “Spanish Castle Magic” deve ter explodido a cabeça de muita gente na época do Guitar Hero 2.
The Who
Com tantas bandas explorando bem seus vocalistas e guitarristas, poucas foram a que deram um destaque maior aos bateristas, ao menos pela mídia. O The Who foi uma dessas: antes do movimento punk crescer e dar ainda mais rebeldia aos rockeiros, o The Who já deixava as donas de casa malucas com seu estilo agressivo, pero no mucho, e principalmente pelas loucuras de seu falecido baterista, Keith Moon.
Sempre mencionam aquela história de que o sujeito, num belo dia quando a banda estava saindo do hotel para uma apresentação, ele parou todo mundo para voltar ao quarto em que estava hospedado e jogar a televisão pela janela, para se sentir em paz… Daí você já tira a vida intensa do cara. Independente da genialidade ensandecida do Keith Moon, o The Who tá na ativa até hoje com um som de qualidade.
Década de 1970
Se o experimentalismo, a psicodelia e a busca por um mundo mais pacífico marcou a década de 60 para o rock, inclusive com o emblemático festival de Woodstock, os anos 1970 foram tomados por um clima não tão amistoso assim. E mesmo dessa forma, o dia mundial do rock não deixa tal época de lado.
Foi aqui que estilos como o Punk, o Heavy Metal e o Hard Rock se estabeleceram, buscando sua identidade na técnica, na falta de técnica e na fúria de uma época em que as mudanças pareciam não acontecer de fato.
Ramones
Como não mencionar? Vindos do CBGB, casa que seria a revelação de outros tantos rockeiros nas décadas de 70 e 80, os Ramones foram uma das bases do estilo “faça você mesmo”, e até hoje são uma das referências para qualquer um que deseja colocar suas habilidades musicais em casa. Talvez você não goste deles hoje em dia, mas é inegável que sem eles, muita coisa que você gosta nem existiria hoje.
Só para ter uma ideia, os Ramones deram base para o punk, que por sua vez deu base para o Hardcore, que por sua vez seria uma das referências para o Grunge, assim como o próprio Punk. Então sim, os caras são influentes pra C@%@#%@.
Black Sabbath
A banda liderada por Ozzy Osbourne fez para o heavy metal e para o hard rock o que os ramones fez para o punk. Se naquela época muita gente já associava o rock ao satanismo, bem, o Black Sabbath acabou por não ajudar muito nessa questão. Suas músicas, além de terem um estilo pesadão, também faziam referências a figuras ocultistas, incluindo uma música com o nome de “Mr.Crowley”.
À partir do Black Sabbath, começaram a surgir outras vertentes do Heavy Metal, e hoje é um dos estilos mais bem estabelecidos dentro do rock, com festivais e bandas emergentes aqui e ali.
Motorhead
O Motorhead não criou, mas foi a cria dessa cena do rock dos anos 70. Misturando elementos do punk e do heavy metal, o trio liderado pelo monstruoso Lemmy não deixou de trazer um pouco de espetáculo misturado ao seu estilo explosivo, algo que seria ainda mais frequente nas décadas seguintes.
Década de 1980
Glamour, sintetizadores e toda sorte de loucuras marcaram a década de 1980, e por incrível que pareça é um dos períodos mais lembrados no dia mundial do rock. Enquanto muitas bandas que tinham surgido no passado continuam bem ativas e influentes, vimos uma época em que a raiva e a agressividade do punk daria lugar para uma certa melancolia, por assim dizer. Sim, tinha caras arrojados e com fome de fama, mas também havia aquele lado mais sensível.
Queen
Freddie Mercury foi um cara que sintetizou bem o espírito dos anos 80 entre ousadia, glamour e um pouco de melancolia também. À frente do Queen, o vocalista realmente trouxe muito de tudo que o rock tinha naquela época, e sem vergonha de mostrar suas ideais, algo que seria seguido por outros artistas nos anos seguintes.
E não tem uma festinha inspirada nos anos 80 que não toque “Another bites the Dust” depois de “Bohemian Rhapsody”. É certeiro, jovem.
Kiss
Tá certo, os caras surgiram nos anos 70, e foram lá que suas caras pintadas copiadas do Secos & Molhados ficaram famosas junto com todo o merchandising que eles souberem vender bem. Os anos 80, porém, forem de certa forma uma mudança louca por parte do Kiss.
Os caras, que inspiraram indiretamente o Glam Rock, acabaram por aderir a tendência, seguindo exemplos como o Whitesnake e Scorpions. Quem diria, não é?
The Cure
Os anos 80, mais do que espetáculos, também trouxe aquele climão meio soturno. Bandas como o The Smiths, The Police, e Joy Division eram alguns desses exemplos, mas o The Cure foi o que mais explorou esses aspectos. Suas melodias traziam histórias de amor e dor que não soavam tão pedantes como seria o rock dos anos seguintes, ao mesmo tempo que traziam tons mais animadores.
E bem, o vocalista do The Cure lembra o Sandman, não tem como fazer uma referência bacana nesse dia mundial do rock.
Década de 1990
O rock dos anos 90 viria ser um pouco de amálgama do que surgiu nos anos anteriores, e criou poucas tendências se comparado às décadas fervilhantes que vieram antes. Na verdade, boa parte do que viria nos anos 90 era o que estava um pouco ofuscado na década anterior. Ainda assim, houve espaço para surgir não apenas boas bandas, como também a combinação das mesmas com outros estilos musicais, tônica que permeia até hoje.
Nirvana
O grunge é o estilo mais emblemático dos anos 90, sem sombra de dúvidas. Seguindo a ideia do “Faça você mesmo” do punk, e trazendo todas as referências que tinham do Hard Rock, a região de Seattle e arredores seria a responsável por revitalizar uma parte do rock que parecia meio perdida.
E o Nirvana foi a figura que popularizou o gênero além da região americana para o mundo inteiro. O trio liderado por Kurt Cobain realmente viajou o mundo influenciando não só a música, mas a moda e até comportamento, o que foi meio que na contramão do que o próprio Grunge acreditava. Ainda assim, seu som continua bom pra caramba.
Iron Maiden
Enquanto o grunge tomava os holofotes do grande público quanto a nova tendência no Rock, o Heavy Metal continuava firme e forte, e um dos grandes expoentes foi o Iron Maiden. Bruce Dickson, mais do que trazer um som bem instrumentado e pesado do jeito que a gente gosta, trazia algumas das letras mais pesadas e reflexivas dentro do gênero.
Foi nos anos 90 que o Iron Maiden trouxe alguns hits bem consagrados, como “Fear off The Dark” e “Afraid to Shoot Strangers”, antes da saída do próprio Bruce Dickson em 1994, até sua volta 1999.
Red Hot Chili Peppers
Uma das bandas que mais misturou o Rock com outros gêneros foi o Red Hot Chili Peppers. Misturando funk, blues, o hard rock e outros tantos estilos, foi na metade dos anos 90 em diante que esses caras passaram a pegar gosto pelos jovens por aí.
E até hoje eles continuam energéticos e com umas boas ideias para o rock, coisa que, naquela época, só o Faith no More conseguiu fazer no mesmo nível.
Década de 2000 e hoje
Experimentalismo e uma certa quebra de identidade podem definir o rock nos últimos quase 20 anos. Quer dizer, nos anos 2000 tivemos uma ascensão do Nu Metal, que trazia o rap junto ao heavy metal, bem como o Emocore e seu metal melancólico ao nível dramático, mas ambos não duraram tanto tempo e tiveram tanto impacto como os estilos passados.
Isso é tão verdade, que praticamente nenhuma das bandas que vieram dessa época se mantiveram ativas e com relevância nos últimos anos, com o hip hop alternativo aos poucos substituindo o rock como um estilo musical contestador.
Isso significa que o estilo morreu e o dia mundial do rock ficou sem sentido? Óbvio que não! O fato dele não estar na mídia na verdade tem permitido que mais alternativas ao estilo sejam melhor exploradas, sem aquela pressão do agrado ao grande público, que se acostumou com estilos mais massificados e até bem parecidos entre si. Ainda há um bom espaço para grandes artistas expressarem o melhor de sua arte.
Dia mundial do rock: Alguns barbudos rockeiros extras para se inspirar
Vamos passar rápido dessa vez pelo seguinte: já fizemos um post bem bacana sobre os barbudos do rock para você se inspirar. Esses caras são referência até hoje em estilo e música, então vale à pena você dar uma boa pesquisada.
- Dave Grhol (Foo Fighters)
- James Hetfield (Mettalica)
- Chi Cheung (Deftones)
- Serj Tankian (System of a Down)
- Myles Kennedy (Alterbridge)
- Raul Seixas (por que não?)
Celebre o dia mundial do rock puxando aquele vinil ou cd memorável em sua caixa meio apagada, ouvindo aquela playlist feita com todo cuidado no spotify, deezer ou outro aplicativo do tipo, e torne esse dia memorável! O rock só morre se você quiser, jovem! Até a próxima!