De todas as bebidas existentes por aí, nenhuma é tão consumida, amada e odiada ao mesmo tempo que o café. Para alguns é um grande aliado nos dias de trabalho intenso, para outros é um mal necessário. E não por acaso que ele possui tanto fãs como detratores: os efeitos da cafeína não são iguais para todos. Isso sem contar o sabor, mas este é outro ponto que não vamos discutir. Existe uma boa variedade para se apreciar, nos quais você pode e deve provar.
Com tantas curiosidades envolvendo o café, separamos alguns fatos que vão ajudar a desmentir algumas confusões sobre o ele, bem como trazer alguns pontos que você não sabia sobre ela. O café vai muito além de uma bebida forte para se manter ativo no trabalho – ela traz uma infinidade de benefícios.
Confira os…
Fatos sobre o café que você ainda não sabia
1 – A origem do café é lendária
Tem quem diga que ele veio da África, e outros que dizem ter vindo do Oriente Médio. Mas o fato é que não há uma origem exata das mudas de café. Existem ao menos duas histórias envolvendo sua origem. Uma delas é que um pastor na Etiópia teria percebido que suas cabras ficavam mais agitadas ao ingerir as mudas até então desconhecidas.
A outra é que haveria tanto o consumo como o cultivo de café no Iêmen, ainda no século IV D.C. Naquela época, ele ainda era consumido cru, e conservados em potes com gordura animal. A história só fica mais mais pautada em fatos quando ela chega na Europa pelos turcos, alguns séculos depois.
2 – A primeira cafeteria do mundo surgiu…
Em Constantinopla. Não foi por acaso que as mudas trazidas pelos europeus vieram de lá. A Kiva Han foi inaugurada em 1495, e foi uma revolução pelo simples fato da infusão de café, que é a forma na qual bebemos hoje em dia, ter sido inventada quase 5 séculos antes!
E como ele sobreviveu todo esse tempo? Simples: antes da bebida energética, ela tinha usos medicinais, o que manteve seu cultivo firme e forte.
3 – Existe café gourmet? Claro que sim!
E não estamos falando do café expresso. Existem dois grandes grupos de cafés para consumo: o arábica e o robusta. O café robusta é o mais popular, e provavelmente o que você deve estar bebendo agora enquanto lê nosso artigo. Seu plantio é mais fácil por conta das condições mais variadas de terreno.
Já o arábica tem um plantio muito mais delicado, pois depende de condições bem específicas da terra e um clima frio. Porém, sua variedade de sabores gera bebidas deliciosas, e um tanto caras também.
4 – Um político já morreu por tentar proibir o Café
Isso aconteceu em Meca, capital da província de mesmo nome na Arábia Saudita. Seu governante, Khair Beg, em 1511, teria ficado furioso com o consumo de café de forma popular e aberta, e numa decisão polêmica, tentou proibir todas as cafeterias da cidade.
Existiam outras razões mais complexas por trás da decisão de Khair. Mas a norma foi tão radical que gerou uma revolta popular grande o bastante para que o Sultão do Cairo, superior a Khair Berg, o condenasse à morte um ano depois. Imagine os efeitos que isso causaria hoje em dia…
5 – Como o café chegou no Brasil?
Foi no século XVIII que o café chegou ao Brasil. Primeiro ele foi produzido no Pará, e antes foi trazida da Guiana Francesa por Francisco de Melo Palheta. Inclusive com uma história curiosa de que ele teria conseguido as mudas e as sementes de café como um presente da esposa do governador da colônia francesa, a quem era amante.
Enfim, o que importa é que o café rapidamente virou um dos grandes produtos de exportação do Brasil, e até hoje o nosso cafezinho é considerado um dos melhores do mundo.
6 – O Café custeou a aviação
Sabe o 14 Bis que o Santos Dumont inventou na França? Então, todo o projeto do aviador brasileiro foi custeado pelo seu pai, um grande produtor de café no Brasil. Toda a fase de testes que Dumont realizou em terras francesas teve o apoio do pai, o que faz da bebida ainda mais importante para a história.
7 – A Invenção da Cafeteira
A cafeteira é uma invenção moderna, do começo do século XX. Foi inventada pelo farmacêutico francês François Antonie Descroisilles, que a fez pensando num meio mais seguro e prático de filtrar a água para infusão. O primeiro modelo tinha dois recipientes bem distintos para colocar o filtro, até ganhar versões mais avançadas nas décadas seguintes.
8 – Espresso ou Expresso?
Tem muita confusão quanto a forma de escrever o café expresso. Para quem não está ligado nas particularidades da língua portuguesa, a discussão vai fundo. Mas na verdade, ambas as formas estão corretas. “Espresso” pode se referir ao café ser espremido, o que não deixa de fazer parte do processo. Já “Expresso” se refere ao modo de preparo, que costuma ser rápido e prático quando bem customizado na máquina. Agora não tem mais confusão.
9 – Os Reis do Café
Esses são os grandes produtores de café no mundo hoje em dia:
- Brasil
- Vietnã
- Colômbia
- México
Sim, nenhum dos europeus hoje tem uma produção igual a desses países. Mesmo outros grandes produtores estão em outras regiões do mundo, como Costa Rica, Iêmen, Jamaica e Guatemala. Parte do sucesso econômico desses países está justamente na exportação do café.
10 – A forma como se consome café no mundo é curiosa
Antes do Starbucks e as cafeterias modernas trazerem receitas interessantes e variadas do “pretinho”, a outros países já tinham suas particularidades com a bebida. No México, um dos grandes produtores mundiais, ele é liberado quase que de graça (isso explica a agitação deles? mistério…). Já na França ele costuma ser misturado com um pouco de Chicória. E isso porque não esquecemos da mistura de café e chocolate promovida pelo capuccino.
“O Melhor Café Gourmet depende de como os grãos são torrados e moídos. Todos os tipos de café podem produzir excelentes Cafés Gourmet”
E para deixar a barba ainda mais cheirosa com um toque de café, você deve conhecer este balm que hidrata e permite uma hidratação ainda mais profunda.
Tipos de café
Existem muitas variedades de café mas basicamente são divididos em dois tipos de café, o café Arábica e o café Robusta. São considerado “melhores” os cafés do tipo Arábica por possuir aroma e doçura intensos com muitas variações de acidez, corpo e sabor. Os cafés especias e cafés gourmet são 100% Arábica sempre, se não for assim tem algo errado. Outro ponto importante é que o café Arábica tem 50% menos cafeina que o Robusta, mas isso não sei sé é tão vantagem para mim, um adepto a cafeína.
Café Arábica
O café arábica responde por quase 70% do comércio mundial de café, resultando em uma bebida mais aromática, menos amarga e com menor teor de cafeína, se comparado com a espécie robusta (também conhecida como Conilon). O café arábica tem um consumo mais apreciado porque se considera que traz um sabor mais completo e refinado, apresentando mais doçura e acidez, além de um aroma bem marcado e suave.
Existem também as variações internas, você sabia? Para o comércio da bebida, essas pequenas variações são relevantes principalmente entre os tipos de café arábica. As mais comuns nas melhores regiões produtoras brasileiras são: Bourbon, Catuaí, Acaiá e Mundo Novo. E, dentre essas variedades, existem também várias subvariedades: Bourbon Amarelo e Vermelho, Catuaí Amarelo e Vermelho, variedades de Mundo Novo, etc.. E isso acontece porque existem diferentes tipos de solo para o cultivo da planta, há culturas em distintos climas e altitudes, entre outras influências que motivam pequenas modificações no vegetal e, com isso, no resultado da bebida.
Explicando um pouco melhor, o café tipo Bourbon (ou Fava), com aroma mais intenso, maior teor de açúcar e textura achocolatada. O café Caturra tem características parecidas com o Bourbon, já que é uma mutação derivada daquela planta. Há o café Catuaí, que é mais leve e suave, pouco encorpado e apresenta acidez média. Mas ainda existem os tipos Mundo Novo, Acaiá, Icatú, Obadan, Rubi, entre outros, cada qual proporcionando pequenas mudanças de sabor, cor, textura e aroma, além de infinitas possibilidades de combinações (blends).
Em geral, os cafés feitos do puro arábica, que não contenham blends com outras espécies de café, são chamados de gourmet, e por isso são mais caros e rotulados com alto padrão de excelência. Mas existem as variantes de café arábica, que podem ser comercializadas ou não com blends específicos, aplicados para equilibrar ou acentuar as suas melhores características.
Café Robusta (Conilon)
O café Robusta também conhecido como Conilon, foi descoberta e classificada no fim de 1800, esta planta é muito difundida na África, Ásia, Indonésia e Brasil. Fornece cerca de um quarto da produção mundial de café. Tem um crescimento rápido, melhor rendimento e é mais resistente aos parasitas. Floresce várias vezes por ano e, por isso, sua produção por planta é ligeiramente superior à do Arábica.
A bebida que se obtém depois da torra do “Robusta” é caracterizada por corpo e gosto achocolatado com sabor persistente. A grande parte do café comercializado em mercados é produzida a partir do blend dos frutos destas duas espécies, Arábica e Robusta, que produzem sabores e aromas bem distintos.
Por causa de sua maior quantidade de cafeína, o robusta tem um sabor mais amargo e neutro, pouco adocicado, sendo também menos aromático, reservando-se boa parte de sua cultura para a fabricação de café solúvel ou para misturas com o arábica, resultando em um café de menor qualidade, porém de custo mais baixo.
Café exótico
Este não é bem uma variedade ou tipo de café mas coloquei ele aqui pois este grupos de café exótico é bem distinto, alem de ser acessível para pouquíssimas pessoas.
Kopi Luwak
O café mais raro do mundo se chama Kopi Luwak e vem da Indonésia. Uma xícara chega a ser vendida por 80 dólares nos Estados Unidos. Apesar do preço, o local de cultivo desse café não é exatamente nobre: ele é colhido no cocô de um animalzinho chamado civeta. Os civetas são pequenos mamíferos da floresta, que lembram o cruzamento de uma raposa com um gato. “Kopi Luwak” significa “café de civeta” em indonésio.
Há duas boas razões para buscar as sementes de café nas fezes dos bichinhos em vez de colher diretamente na planta. A primeira é que eles são muito melhores do que a gente para escolher os melhores grãos. Os civetas são especialistas em achar os grãos mais saborosos e maduros. Como bons gourmets, só comem grãos de melhor qualidade. A segunda razão é que o estômago dos bichinhos não digere as sementes de café. Ao percorrer o trato digestivo deles, as sementes absorvem alguns dos ácidos e enzimas dos civetas e ocorre uma fermentação. Isto deixa as sementes com um sabor suave e sem amargor. E que sabor! Para a cafeteria Funnel Mill, o Kopi Luwak é “provavelmente o café mais suave conhecido pela humanidade”. Ele tem “um sabor rico e pesado, com tons de caramelo e chocolate”.
Claro, reunir o excremento dos bichos, separar as sementes, lavá-las e secá-las dá muito trabalho. Daí o preço desse café, mais caro do que muitos bons vinhos ou outros produtos gourmet. A loja Dean & Deluca vende hoje em seu site o pacote de 50 gramas por 70 dólares. Faça as contas: são mais de 3400 reais o quilo!
Café do Jacu
O café do jacu, produzido pela primeira vez por uma fazenda no Espírito Santo. O jacu, que de bobo não tem nada, é uma ave grande que adora café. A maior parte dos cafeicultores o encara como uma praga. Mas como o civeta, o jacu entende de selecionar os melhores grãos, e também deixa um “presente” em seu excremento. Hoje, um pote de 250 gramas de grãos torrados de café de jacu pode ser encontrado por 150 reais.
Café da Cuíca
Da mesma fazenda capixaba que surgiu o café do jacu, vem também o café da cuíca. Ao contrário do jacu, a cuíca é um mamífero, e, com boa vontade, até se parece com o civeta lá da Ásia. A diferença é que, em vez de defecar, as cuícas cospem o café depois de morder os grãos.
Ahh, e não esqueça que existe também uma linha para o cuidado da barba com um cheirinho mais do que especial de café. É algo que não pode passar desapercebido e os mais fissurados podem ficar o dia todo apreciando uma barba bem cuidada e com uma fragrância inconfundível.
Tipos de torra do café
A torra é um dos passos mais importantes na fabricação do café gourmet. A boa torra é aquela que realça as melhores características de sabor, aroma e acidez de cada tipo de grão. A curva de torra é definida pelo tempo em que o grão de café fica em cada temperatura. Ela interfere no aroma, sabor, corpo, acidez, finalização, equilíbrio, enfim quase tudo pode ser trabalhado ao longo da torra. O mesmo grão de café gourmet terá características muito diferentes conforme o ponto de torra usado.
Basicamente temos três níveis de torra do grão do café:
Torra clara
Acentua acidez e aroma com suavidade do sabor. Ameniza o amargor e o corpo. A torra clara preserva mais os óleos aromáticos (grãos permanecem secos), mas acentua a acidez da bebida ao mesmo tempo que produz um café gourmet menos encorpado.
Ideal para máquinas de café expresso.
Torra média
Ponto de equilíbrio entre várias características como acidez, aroma e amargor. Normalmente acentua o corpo. Porém, o café gourmet começa a ficar menos encorpado com torras mais escuras.
Ideal para coador de pano ou filtro de papel.
Torra escura
Café menos ácido, mais amargo e menos encorpado. Torra mais escura deixa o café gourmet mais amargo o que pode ser confundido com um café “mais forte”. Porém, a torra muito escura pode “queimar”, acentuando muito o amargor e praticamente eliminando a acidez e o corpo.
Tipos de moagem
Usar a moagem adequada para o tipo de preparo é muito importante para que você obtenha o melhor sabor do seu café gourmet. Abaixo estão os tipos de moagem de café existentes:
Pulverizada
Espessura muito fina, utilizada para o café turco, pois o pó é adicionado na água e não é filtrado.
Fina
Ideal para o café filtrado (papel ou pano) de garrafa térmica ou cafeteira elétrica.
Média
Usada para o café expresso. Como o expresso é extraído sob pressão, é necessário que a moagem seja mais grossa para que o café saia com a concentração apropriada.
Grossa
Utilizada nas cafeteiras Italiana (Moka) e Francesa (French Press).
Barista, quem é, onde vive?
A profissão de barista é o especialista de primeira linha e alta qualidade, normalmente cafés especiais. O trabalho do barista também envolve o desenvolvimento artístico de bebidas baseadas no café como licores, cremes, alcoólicas e outras mais.
Para o barista é fundamental ser conhecedor de todas as fases da vida do café, desde o inicio da vida da planta até as etapas finais da de processamento e beneficiamento do grão que envolve o processo de torra e moagem. E isto é o básico, após isso se inicia todo uma análise dos processos de extração da bebida, seja em máquinas de expresso, capsulas e até mesmo no tradicional coador de pano da vovó.
Quer saber mais curiosidades sobre outras bebidas, jovem barbudo? Não deixe de continuar nos acompanhando. Agora você já sabe bem sobre bebida, pode ficar bem mais ligadão sem grandes consequências. Até a próxima, jovem, e modere no café, hein.
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