Sargento Pioneiro: O militar barbudo que você respeita!

Certa vez, nós falamos aqui sobre as barbas no exército: se elas são permitidas ou não, casos conhecidos, e o porquê de tanta disciplina. Por padrão, apenas o bigode seria permitido, mas existem algumas exceções interessantes pelo mundo, e uma delas é o Sargento Pioneiro.

O exército britânico tem as mesmas restrições para barbas, assim como em qualquer outro lugar no mundo. Mas existe uma patente específica, uma verdadeira honraria, dada a um militar dentro do exército.

Existe toda uma simbologia por trás do Sargento Pioneiro, e chega a ser uma história bem curioso se tratando de uma área tão restritiva e bem fechada como o exército. Vejamos de onde veio essa história, carregada de detalhes interessantes.

Como surgiu essa história de Sargento Pioneiro?

O Sargento Pioneiro tem grande papel na história da Primeira Guerra Mundial

Sargentos desse tipo existiam desde o século XVIII. Sua função é muito similar aos antigos batedores da antiguidade: eles andavam sempre a frente do regimento o qual estava servindo, sendo uma das principais forças no início das operações, liberando o caminho para outros militares começarem seus trabalhos.

Mas suas funções vão além de deixarem o caminho mais seguro para o pelotão. Entre suas atividades dentro do grupo, ele matava os cavalos que se machucaram em batalha e não podiam mais continuar (triste, mas é verdade), sendo que ele era o único autorizado a fazê-lo para evitar o desperdício de animais.

Durante as guerras, os sargentos pioneiros tinham papel fundamental na construção de fortificações e estradas para a transição as tropas. Um de seus últimos papéis importantes foi na Primeira Guerra Mundial, em que eles atuavam na construção e destruição de ferrovias militares, respectivamente de aliados e inimigos.

Outra marca registrada do sargento pioneiro são suas ferramentas de trabalho. O machado, como dá para ver na imagem, é o mais chamativo, mas não para por aí. Entre as ferramentas que ele tinha disponíveis, estão a picareta, pás, podadeiras de árvores, e uma espada. E isso explica um fator muito importante…

Mas por que eles podem usar barba?

O Sargento Pioneiro aguentava muita coisa

Existem algumas coincidências muito interessantes no que diz respeito à figura dos barbudos. O motivo do sargento pioneiro não apenas manter a barba, como também ser um puta cara bronco e gigante, também está relacionado com suas funções dentro do quartel.

Muitos sargentos pioneiros tinham como função a de engenheiros, para não dizer que eles eram ferreiros mesmo. Lembre-se que estamos falando século XVII em diante, época em que as espadas ainda eram uma das ferramentas mais importantes em batalha, e mesmo quando vieram as primeiras armas de fogo, elas não tinham metade da eficiência que possuem hoje.

Por estarem constantemente na forja, e por consequência estarem muito mais expostos ao calor, era permitido aos sargentos pioneiros utilizarem a barba, para proteger o rosto desses efeitos inescapáveis.

E isso explica o motivo deles serem mais parrudo do que boa parte dos demais militares. Jovem, trabalhar em uma forja é algo pesado e desgastante. É só você ver uma referência simples e moderna, como é o caso de Michaelchtulhu. Logo, mais do que estilo, ter uma barba cheia e bem cuidada é uma norma de segurança, assim como cuidar bem do corpo.

Como são os Sargentos hoje?

O Sargento Pioneiro é uma figura mais cerimonial

Hoje em dia, até pelas mudanças nos métodos de guerra, os sargentos não mais possuem essa função de forma tão direta, sendo mais responsáveis por suas funções logísticas e artilharia. Outros encargos incluem marcenaria, carpintaria e outros trabalhos similares.

Mas e a barba? Isso varia conforme os exércitos. Os ingleses, como honra aos serviços prestados, permitem que os sargentos pioneiros mantenham a barba, e tenham uma indumentária de acordo. Nos desfiles militares, os sargentos usam as peças clássicas que eternizaram a patente, como o avental usado nas forjas, e o conhecido machado, no lugar da baioneta.

Ainda existem outras unidades com sargentos pioneiros no mundo. Um exemplo bem conhecido é a Legião Estrangeira Francesa, que permite o uso da barba entre os sargentos.

Existem Sargentos Pioneiros no Brasil?

Não existe mais Sargento Pioneiro no Brasil, o mais próximo é o Bombeiro Militar

Hoje em dia não existe mais, mas os pioneiros foram muito importantes e ativos na época da Guerra do Paraguai. Por aqui, eles eram chamados de pontoneiros, e suas principais funções eram de construir estradas e pontes, sendo essenciais nas operações da Tríplice Aliança no conflito.

Após a Dezembrada, operações que fecharam a Guerra do Paraguai, as unidades foram desativadas. O mais próximo do que temos dos sargentos pioneiros hoje são o corpo de Bombeiros Militares, que podem compor as fileiras do exército caso este precise em guerras. E não, eles não podem usar barbas também.

Outras curiosidades sobre as barbas no Exército

O Sargento Pioneiro tem muita história para contar

Os sargentos pioneiros não são os únicos casos no mundo em que há barbudos no exército. Apesar de serem muito restritivas, existem condições nas quais os soldados podem usar barbas, além daquilo que falamos em nosso artigo. Isso mesmo, os SEALS americanos não são os únicos autorizados a terem pelos faciais.

Em diversas unidades especiais ao redor do mundo, seus membros podem usar barba para fins de identidade, ou para espionagem caso estejam dentro das linhas inimigas. Médicos militares também são autorizados a possuírem barba como um meio de prevenir doenças e outras condições climáticas externas, como a irritação no rosto.

Um último caso curioso são os Sikhs. Vindos da Índia, eles fazem parte de algumas unidades militares inglesas, e como sua religião não permite que eles façam a barba, eles são os únicos além dos sargentos a utilizarem a barba.

Viu como é possível ser um soldado barbudo? O sargento pioneiro fez uma grande diferença na história antiga, e hoje sua presença, ainda que cerimonial, é muito importante para a história. Respeite-o tanto quanto os guerreiros antigos, jovem, e até a próxima!

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