Habemus Óscar! Talvez eu já tenha falado isso no ano passado. Mas se tem a premiação todo ano, por que não usar o mesmo termo? Enfim, o que importa é que ontem tivemos a memorável premiação da 80º cerimônia, com agradáveis surpresas tanto nas nomeações, como uns bons motivos de orgulho por parte dos barbudos.
Como é bem possível que você já tenha visto a lista de premiações por aí, vamos fazer o seguinte. Ao invés de falarmos das listas em si vamos focar nos destaques de algumas premiações, e ressaltar o que valeu a pena para a nação barbuda nesse óscar. E acredite, o que não faltou foram bons motivos para comemorar.
Então vamos, sem demora,
As surpresas entre os Vencedores do Óscar 2018
O merecido prêmio a Guillermo Del Toro
Vamos começar dando os parabéns para o nosso maior representante barbudo na academia esse ano: Guillermo del Toro. Há vários anos o cineasta mexicano tinha ideias brilhantes, execuções ainda melhores em várias de suas produções, e mesmo em seus escorregões (como foi o caso de A Montanha Escarlate), o trabalho artístico nunca foi deixado de lado.
E dessa vez, o homem foi condecorado de forma excepcional com A Forma da Água. a trama, que ganhou os prêmios de Melhor Diretor, Melhor Direção de Arte, e o desejado Melhor Filme. Até então, Guillermo tinha conseguido uma indicação aqui e ali, e quatro estatuetas por O Labirinto do Fauno, incluindo Direção de Arte e Melhor Filme Estrangeiro.
E não foi sem motivo, jovem. O longa metragem, tanto inspirado na lenda do Monstro da Lagoa Negra, como no livro de mesmo nome do autor Daniel Kraus e do próprio Del Toro, conta não apenas sobre uma história romântica entre uma criatura anfíbia e a faxineira de uma instalação militar. É uma história sobre a solidão, e como as pessoas a encaram em suas sutilezas.
A premiação de Gary Oldman
Outro barbudo (na verdade um cara que usa a barba ora sim, ora não, mas damos o devido respeito) é Gary Oldman. O veterano ganhou seu Óscar na categoria de Melhor Ator por O Destino de Uma Nação.
A trama conta sobre os momentos de Winston Churchill antes e após sua posse como Primeiro-Ministro da Inglaterra, em um período de enorme tensão na Segunda Guerra Mundial, em que os alemães chegaram a tomar Paris.
A Estreia da Netflix como vencedora do Óscar
Já tem alguns que a Netflix investe em suas próprias produções. E apesar de nem todas terem recebido o aprumo que estava recebendo em suas produções iniciais, isso não significa que ela perdeu a mão em todos os seus trabalhos. Um ótimo exemplo é justamente a sua primeira estatueta do Óscar, na categoria de Melhor Longa Documentário.
Sua produção “Ícarus”, é um belo tapa na cara sobre o sistema antidoping presente nos Jogos Olímpicos. O diretor do longa, o ex-ciclista Bryan Fogel, explica como isso é possível, alternando entre fatos verídicos e situações que ele próprio mostra em seus anos de experiência como atleta. Assustador para quem valoriza bastante as disputas olímpicas.
A Píxar está de Volta!
Não que ela tenha ido embora de fato, para estar de volta. Mas desde Wall-E, que chegou a concorrer a melhor filme em 2009, os estúdios Píxar não viam uma relevância tão grande no Óscar. Mas sua última produção, Coco, ou melhor dizendo, Viva! A vida é uma Festa!, ganhou tanto em Melhor Animação como em Melhor Canção Original, com “Remember Me”.
Viva! era uma daquelas séries de produções anunciadas pela Píxar anos atrás, junto a Procurando Dory, O Bom Dinossauro, e que fecha o ciclo com Os Incríveis 2 em Julho. Ela conta a história do jovem aprendiz de músico que acaba despertando um antigo mistério centenário. A obra é inspirada no Dia de Los Muertos mexicano, e continua com aquela fórmula clássica e maravilhosa da Píxar.
Outras boas novidades do Óscar
Esse foi um ano de grandes momentos entre os vencedores do Óscar, e que cabe algumas boas menções sim. Vamos destacar algumas delas, e mostrar um detalhe curioso ao final, pois pode ser um ano de grandes mudanças em diversos sentidos.
- Corra! foi premiado por Melhor Roteiro Original, e os atores que o receberam fizeram aquela saudação FODA de Wakanda no palco, uma pequena referência de Daniel Kaluuya para as duas obras que participou (ele também possui um papel de destaque em Pantera Negra);
- Dunkirk, embora não tenha recebido premiações nas categorias de atuação, recebeu três estatuetas nas categorias técnicas. O novo longa de Christopher Nolan chegou no final do ano mostrando um lado diferente da Segunda Guerra, com uma ideia genial de roteiro;
- Frances McDormand foi a vencedora na categoria Melhor Atriz por Três Anúncios para um Crime, com um discurso muito importante sobre o abuso feminino e o assédio que andou abalando a academia e o cinema hollywoodiano nos últimos tempos;
- Blade Runner 2049 entrou entre os premiados pelo Óscar também! Embora a produção não tenha sido indicada nas categorias de atuação, o longa recebeu seu merecimento pela categoria técnica de Melhores Efeitos Visuais.
- Embora Logan tenha sido indicado a Melhor Roteiro Adaptado, a premiação da vez foi para Me Chame por Seu Nome, de James Ivory.
Talvez alguns caras falem que os Vencedores do Óscar deste ano tenham seguido algum tipo de agenda, um “mea culpa” pela cerimônia majoritariamente caucasiana no ano passado. Independente desses assuntos, que por si só já geram uns bons papos acalorados, não se pode negar uma coisa.
A cerimônia do Óscar é mais uma oportunidade para vermos bons exemplares da sétima arte do que de fato uma disputa pelos holofotes. E nesse aspecto, tal como muitas outras premiações de peso, existem outros fatores tão atrelados às tramas que são indicadas. Então, ao invés de se preocupar se este ou aquele filme foi premiado, mas sim com as ideias e reflexões com que cada história ali apresentada pode te ensinar.
Gostou dos vencedores do Óscar? Quais são suas opiniões sobre? Deixe nos comentários jovem, e se você ainda não viu, vale à pena dar uma chance para os longas metragens. Até a próxima!