A seleção brasileira já teve muitos representantes dos mais variados níveis de qualidade em suas respectivas áreas… E isso inclui a barba também. E desde o primeiro título em 1958, já tivemos muitos barbudos emblemáticos a vestir nossa camisa amarela. Alguns são peças-chave na conquista desses títulos, inclusive.
Claro que os mais aficionados por futebol vão além dos pelos faciais, mas aqui na Beard sempre vamos fazer questão de enaltecer os nomes daqueles que levam a barba aos níveis mais altos de conquistas e fatos importantes.
Além do que, sempre é legal dar um passeio na história de outros ângulos além daqueles que vemos na escola… Ou através de vídeos no youtube. Enfim, vamos ao que de fato interessa. Onde as barbas, e seus donos, estiveram pela seleção brasileira.
Seleção brasileira e barbas ao longo das copas
Tal como a própria história da barba em si, os maiores representantes dentro da seleção canarinho seguiam as tendências da época, isso quando a seguiam. Nas décadas passadas, ainda existia o mito de que as barbas interferem no rendimento dos jogadores, por conta da oleosidade provocada pelo suor, na velocidade, etc.
Logo, já houve períodos em que um barbudo na seleção era relativamente raro, uma minoria em meio ao monte de caras lisas. Felizmente, sendo o único país a ter participado de todas as copas, fica até fácil encontrar bons exemplares em uma linha cronológica de quase 100 anos de copas. É, jovem, estamos mais velhos do que imagina.
Vejamos quem foram esses caras respeitosos ao longo das copas.
Sylvio Roffman (1934)
Pouco se fala dos jogadores antes das conquistas do primeiro título. Por conjectura, acredito que seja por conta da falta de presença da FIFA, ou do tal “fiasco” de 1950, mas só um especialista no futebol para nos dizer melhor.
Enfim, o que importa aqui é que tivemos vários jogadores de relevância nessa época. Um deles foi Sylvio Roffman, que não só foi um importante atacante no começo da seleção brasileira, como foi um dos primeiros jogadores a adotarem um visual que seria bem frequente entre os atletas nessa décadas e nas seguintes: aquele bigode safado.
Leônidas da Silva (1938)
Leônidas da Silva também participou da copa de 1934, mas nesta ele ainda não tinha o bigode característico dos jogadores da época. Em 1938, ele usava um estilo lápis mais discreto, e que até fez uma diferença característica na campanha regular da seleção em 1938.
Mas Leônidas fez muito mais do que usar um bigode numa época em que as caras lisas eram frequentes no futebol. O cara foi um dos primeiros jogadores negros a se tornarem profissionais, em um período que a própria profissionalização era algo discutido. Nós temos respeito e admiração a esse cara.
Zizinho (1950)
Tem pelo menos uma década em que existem os jogadores que trazem mais destaque a equipe do que outros. O neymar hoje é um deles, mas há mais de 60 anos atrás, o nome da vez era Zizinho. O atacante da seleção estava em seu auge, e ainda tinha um bigode pincel ainda mais discreto que seus antecessores…
Mas foi nessa copa, realizada no Brasil, em que a seleção perdeu de forma um tanto vergonhosa para os uruguaios na época. Não por acaso, foram 8 anos até essa mancha ser tirada da seleção brasileira.
Eli do Amparo (1950)
O Vasco, antes de ganhar uma certa fama de “vice” por aí, teve diversos momentos de glória, inclusive com alguns de seus jogadores na seleção brasileira. Um deles foi Eli do Amparo, que atuou tanto como jogador como técnico no clube, e marcou presença na copa de 1950.
Seguindo a tradição da época, Eli mantinha aquele bigode discreto e bem desenhado, quase um estilo lápis, exceto pelas bordas que se aproximavam dos lábios. E até hoje é lembrado, em ambos os lugares.
Didi (1958)
E chegamos nos campeonatos em que os campeões surgiram. Aqui é difícil muita gente lembrar de outros nomes além de Pelé e Zagallo, mas como o negócio aqui são os barbudos da seleção brasileira, vamos focar em um nome muito importante das conquistas de 1958 e 1962.
Didi foi um meia de suma importância para a seleção bi-campeã desse período. Boa parte de suas assistências para Pelé foram cruciais para a campanha brasileira na copa, e ainda assim ele não deixou a moda da época de lado, com seu bigodinho característico.
Aymore Moreira (1962)
Ao longo da história das copas, tivemos diversos técnicos que já foram jogadores. E dois deles já foram campeões mundiais. E nessas, só o Aymore foi campeão duas vezes consecutivas. O técnico liderou a seleção nas conquistas do título.
E sim, ele também tinha um bigode simples e singelo. Parece que estamos sendo repetitivos, mas considere que, nessa época, esse era um dos estilos mais populares. A coisa mudou pra valer apenas nas décadas seguintes.
Luís Pereira (1974)
Aqui começamos os tempos de transição. Você talvez lembre do nome Luís Pereira de alguns episódios do Chaves que envolviam o futebol, mas o zagueiro da seleção de 74 foi bem mais do que isso. Além de manter o bigode característico de sua época, foi peça importante na campanha do Brasil na copa, mesmo que não tenha ganhado o título.
Também foi um dos primeiros a jogar fora do país com o devido destaque, sendo zagueiro no Atlético de Madrid.
Rivelino (1974)
E agora temos o grande turning point dos barbudos da seleção brasileira. Rivelino foi do bigode fino e comportado entre os representantes das décadas passadas… Para adotar um estilo bigode ainda mais robusto e chamativo na copa de 1974.
É, não foi ele o grande quebrador de águas quanto ao estilo, mas Rivelino sem dúvida fez história tanto na seleção brasileira, como nos clubes em que atuou, seja no Corinthians ou no Fluminense.
Sócrates (1982)
Esse aqui sim mudou pra caramba a face dos barbudos na seleção. Enquanto outros países ainda tinham praticamente os mesmos tipos de caras com barba no futebol, inclusive aqui no Brasil com seus bigodes “de malandro”, Sócrates se destacava, além do bom jogo, com uma barba bem desenhada e completa.
Não que o cara realmente se preocupasse em ficar bonito para as câmeras. Mas dava pra ver que tinha uma dedicação diferenciada ali. Tanto que é até fácil reconhecer a figura nas fotos da equipe toda reunida. Não sei se o fato de ter sido um médico contribuiu para o detalhe estético, porém foi um baita diferencial.
Ricardo Rocha (1990)
Sempre tem um cara que fica ali pelas beiradas, sem chamar muita atenção, mas que ainda assim faz grande diferença para o time. Assim foi Ricardo Rocha, que participou tanto da copa de 1990, como da campanha do tetra em 1994, apesar de lá estar como reserva.
Seguindo a velha tradição de jogadores barbudos na seleção brasileira, Ricardo Rocha portou um senhor bigode estilo Tom Selleck nas duas copas em que participou, com todo o respeito que ele permite. E ainda com mullets!
Vampeta (2002)
Não importa as décadas em que o Brasil atuou nas copas do mundo, a irreverência e de certa forma a falta de vergonha na cara, ou papas na língua, foram as marcas dos jogadores brasileiros. Vampeta foi um desses, e se na copa de 1998 ele não teve o devido destaque, foi em 2002, no pentacampeonato, que tanto como seu – adivinhem – bigode.
E aqui ele pegou aquele bigode de pagodeiro mais clássico, o que é bem comum na época também, sobretudo para quem cresceu nos anos 90. Nessa época, os barbudos na seleção brasileira em geral eram bem escassos. Somente o kaká em alguns casos deixou a barba crescer, e mesmo assim não por muito tempo.f
Fred (2014)
Desde 2010 acompanhamos pouco a pouco o aparecimento de novos barbudos na seleção brasileira. Fred foi um deles. No período de auge na equipe, a barba por fazer do atacante chamou muito atenção das torcedoras, e o cara fez questão de deixar isso claro.
E mesmo com o final trágico da campanha brasileira por aqui, Fred foi um jogador de bastante presença e destaque. O carisma pode ter ficado pra trás um pouco, mas seu futebol e sua barba não.
Felipão (2014)
Aymore não foi o único técnico campeão de barba na seleção. Felipão foi o técnico do pentacampeonato, e mesmo que não esteja com a moral em dia com a seleção brasileira – acho que na verdade a seleção toda ainda precisa se provar agora -, Scolari tem um papel muito importante na história da equipe.
Só a presença desse bigode de com a cabeça eternamente calva já é uma marca registrada do Felipão. Não tem como se esquecer de um cara assim.
Alisson (2018)
Para a próxima copa, enquanto temos caras que só flertam com as barbas, como é o caso de Daniel Alves, Neymar e Marcelo, temos um representante legítimo e bem dedicado aos pelos faciais. Alisson, goleiro do Roma e revelado no Grêmio, tem uma barba executiva e muito bem cuidada.
E diferente de um goleiro que já mencionamos no passado aqui, o cara realmente foi uma muralha na seleção. Ao lado de nomes de peso nas traves brasileira, como Cássio, Alisson promete fazer a diferença na defesa brasileira. Torcemos, porque ao menos na parte da barba o cara se cuida bem.
Cada um dos exemplos de barbudos e bigodudos que passaram pela seleção brasileira contam um pouco da história que essa equipe já teve em todas as copas, mesmo que em algumas ainda tenham aquele amargo nos torcedores mais roxos. Conhecê-los é uma boa forma de se preparar para o mundial russo. Não deixe de torcer, e até a próxima!